França vai "propor acordo negociado exigente" para Israel e Irão
- 18/06/2025
Durante um conselho de defesa e segurança nacional no Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron "manifestou preocupação com a escalada em curso, com ataques israelitas que visam cada vez mais alvos sem relação com o programa nuclear e balístico iraniano e um número crescente de vítimas civis no Irão e em Israel".
O chefe de Estado francês considerou "necessário pôr fim urgentemente a estas operações militares", precisou a Presidência francesa, em comunicado.
Como havia dito nos últimos dias, na sequência do lançamento dos ataques israelitas na sexta-feira e durante a cimeira do G7 no Canadá, Macron reiterou novamente que "uma resolução duradoura do programa nuclear e balístico" do Irão "só poderá ser alcançada através da negociação".
O Presidente francês reafirmou também "a vontade da França de iniciar um diálogo sem concessões com o Irão sobre as atividades de desestabilização regional", acrescentou o Eliseu.
A natureza da iniciativa a tomar pelo chefe da diplomacia francesa, presente no conselho de defesa juntamente com o primeiro-ministro, François Bayrou, e o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, não foi especificada.
Jean-Noël Barrot está em contacto com os homólogos alemão e britânico, historicamente envolvidos nas negociações sobre a questão nuclear iraniana, desde o início deste novo conflito, em 13 de junho quando Israel começou uma ofensiva contra o Irão.
Macron também pediu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que "tomasse as medidas necessárias" para facilitar a saída do Irão ou de Israel dos cidadãos franceses que assim o peçam, disse o Eliseu, sem dar mais detalhes.
Além disso, o Presidente francês voltou a "desaconselhar veementemente" qualquer "viagem a estes dois países".
Israel justifica a ofensiva em curso no Irão com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.
Desde 13 de junho, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordo.
Os ataques causaram centenas de mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear.
O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e drones contra várias cidades israelitas que mataram mais de duas dezenas de pessoas.
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