Ford estima impacto das tarifas em 1,5 mil milhões de dólares em 2025
- 06/05/2025
Espera-se que estes valores representem 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) líquidos no seu lucro operacional em 2025, destacou a empresa, em comunicado. Em 2024, atingiu os 10,2 mil milhões de dólares (9 mil milhões de euros).
"Até à data, as nossas equipas têm feito muito para minimizar o impacto das tarifas", garantiu a diretora financeira Sherry House aos jornalistas, acrescentando que o impacto líquido no primeiro trimestre foi de 200 milhões de dólares (176 milhões de euros).
Sherry House explicou, por exemplo, que 35% dos veículos que atravessam os Estados Unidos do México para o Canadá utilizam agora um arranjo alternativo --- transporte vinculado --- para evitar os impostos norte-americanos.
A administração Trump implementou uma sobretaxa tarifária de 25% sobre as importações de veículos novos no início de abril e, desde 03 de maio, sobre as peças de substituição.
Está previsto um alívio, em particular, para certas produções realizadas no México e no Canadá, com as quais os Estados Unidos têm um acordo de comércio livre (CUSMA).
Segundo a Ford, aproximadamente 80% das peças utilizadas nas suas 24 fábricas nos EUA estão abrangidas pelo acordo.
Quando divulgou os seus resultados anuais no início de fevereiro, a Ford previu um lucro operacional entre 7 mil milhões e 8,5 mil milhões de dólares (6,1 e 7,5 mil milhões de euros) e um 'cash flow' de 4,5 mil milhões de dólares (3,97 mil milhões de euros).
"Devido às incertezas relacionadas com as taxas alfandegárias, a empresa está a suspender as suas previsões financeiras", destacou a empresa, indicando que a administração voltaria ao assunto durante uma teleconferência com analistas após este anúncio.
Entre janeiro e março, a Ford gerou receitas de 40,66 mil milhões de dólares (-5% em termos homólogos) e um lucro líquido de 471 milhões de dólares (-65%).
No dia de negociação eletrónica, após o fecho do dia de negociação na Bolsa de Nova Iorque, as ações da Ford caíram 2,11%.
Na semana passada, a empresa tinha anunciado um salto nas vendas em abril (+16%) após uma queda no primeiro trimestre (-1,3%), durante o qual janeiro e fevereiro sofreram uma queda, mas março beneficiou das compras antecipadas antes da aplicação dos novos impostos alfandegários.
O início do ano sofreu com a redução das vendas aos concessionários após a paragem programada de várias fábricas, ligada ao lançamento de novos modelos, e à reorganização dos stocks, explicou.
O seu principal concorrente histórico, a General Motors, estimou na semana passada que o seu impacto bruto com as sobretaxas alfandegárias seria de cerca de 4 a 5 mil milhões de dólares (3,5 e 4,4 mil milhões de euros) em 2025 e, tal como muitas empresas, retirou as suas previsões para o ano inteiro.
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