China e Japão acusam-se de violação do espaço aéreo de ilhas disputadas
- 04/05/2025
As ilhas desabitadas, conhecidas como Diaoyu na China e Senkaku no Japão, são administradas por Tóquio mas reivindicadas por Pequim, sendo um ponto de tensão regular entre os dois países.
A diplomacia chinesa anunciou hoje que apresentou um protesto formal à embaixada do Japão em Pequim, argumentando que "um avião civil entrou ilegalmente no espaço aéreo em torno das ilhas Diaoyu".
"As ilhas Diaoyu e as ilhas afiliadas são um território pertencente à China, e instamos o Japão a cessar imediatamente todas as atividades ilegais", afirmou o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun.
Liu disse que "um helicóptero baseado num navio" foi mobilizado para avisar e expulsar o avião japonês, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takehiro Funakoshi, por sua vez, apresentou um "protesto vigoroso" ao embaixador chinês em Tóquio.
Citou a "intrusão de quatro navios da guarda costeira chinesa nas águas territoriais japonesas em torno das ilhas Senkaku e a violação do espaço aéreo japonês por um helicóptero".
De acordo com o Ministério da Defesa do Japão, o helicóptero chinês invadiu o espaço aéreo japonês durante cerca de 15 minutos.
"As forças de autodefesa [japonesas] reagiram enviando caças", disse o ministério, também citado pela AFP.
Segundo a emissora pública japonesa NHK e outros meios de comunicação social locais, é a primeira vez que um helicóptero das autoridades chinesas viola o espaço aéreo japonês sobre as ilhas em disputa.
A China anuncia frequentemente que expulsou navios e aviões japoneses das imediações das ilhas, mas funcionários japoneses disseram à AFP que as autoridades chinesas anunciam por vezes expulsões que não ocorreram.
As tensões entre a China e outros países que reivindicam territórios no Mar da China levaram o Japão a desenvolver laços com as Filipinas e os Estados Unidos.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, concordaram na terça-feira em aprofundar os laços de segurança entre os dois países.
Concordaram também em opor-se a "tentativas de alterar o 'status quo' no Mar da China Oriental e no Mar da China Meridional pela força ou pela coerção", numa referência à China.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, reafirmou em janeiro que as ilhas Senkaku estão abrangidas pelo tratado de segurança com décadas de existência que obriga os Estados Unidos a defender o Japão em caso de ataque.
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