Aberta investigação a comentários de "rappers" contra Israel em festival
- 30/06/2025
"Após a análise das imagens de vídeo e do áudio das atuações de Bob Vylan e Kneecap no festival de Glastonbury no sábado, decidimos que eram necessárias investigações adicionais e está agora em curso uma investigação criminal", indicou a polícia de Avon e Somerset (sudoeste).
Durante o concerto de Bob Vylan, um dos dois 'rappers' gritou «Morte, morte ao IDF!», sigla que significa Israel Defende Forces (Forças de Defesa de Israel), o exército israelita, e exortou a multidão a fazer o mesmo.
Os 'rappers' do Kneecap, por sua vez, acusaram Israel de ser um Estado "criminoso de guerra" e exortaram a multidão a repetir insultos contra Keir Starmer.
Paralelamente, em Washington, os Estados Unidos anunciaram também hoje que revogaram os vistos aos membros do grupo britânico Bob Vylan "devido às frases de ódio em Glastonbury, incluindo terem incitado a multidão a cantar músicas de morte".
Please see the statement below with an update on our investigation into comments made on stage at Glastonbury Festival on Saturday.
— Avon and Somerset Police (@ASPolice) June 30, 2025
An accessible version of the statement can be found on our website: https://t.co/aSjbcIYSky pic.twitter.com/w1BM5Bg5b2
"Os estrangeiros que glorificam a violência e o ódio não são visitantes bem-vindos ao nosso país", afirmou o secretário de Estado adjunto norte-americano, Christopher Landau, na rede social X.
A administração do Presidente Donald Trump revogou vistos, principalmente de estudantes, por ativismo anti-Israel.
As declarações dos 'rappers' também foram condenadas, nomeadamente pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e pelos organizadores do festival, enquanto a BBC lamentou não ter interrompido a transmissão em direto do concerto.
Esta edição do festival de Glastonbury foi alvo de escrutínio devido à presença de outro grupo de 'rap', os norte-irlandeses Kneecap, cujo um dos três membros, Liam O'Hanna, conhecido como Mo Chara, foi acusado de "infração terrorista" por ter exibido uma bandeira do movimento xiita libanês Hezbollah durante um concerto em Londres em 2024.
Estados Unidos, Reino Unido, tal como outros países e organizações, consideram o Hezbollah uma organização terrorista
Kneecap e Bob Vylan, que também se apresentaram no festival Coachella, na Califórnia, tinham espetáculos agendados para o final do ano nos Estados Unidos.
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